quinta-feira, 13 de março de 2014

ENSINO MÉDIO 2º ANO


Aula: 11/03/2014

RESUMO DA AULA:


Revoluções da Inglaterra dos séculos XVII e XVIII

·         Durante o século XVI até meados do XVII a Inglaterra foi governada por reis absolutistas. O absolutismo inglês teve início com o rei Henrique VII fundador da dinastia dos Tudor.
·         No reinado de Elizabeth ( 1558-1603), o absolutismo monárquico inglês fortaleceu-se ainda mais e colaborou ativamente para o desenvolvimento do pais.
·         Com a morte a rainha Elizabeth I, a dinastia de Tudor chegou ao fim. Sem descendentes diretos, o trono inglês coube a seu primo Jaime, rei da Escócia, que se tornou soberano dos dois países com o título de Jaime I. Iniciava-se a dinastia dos Stuart.
·         O rei Jaime I, e seu sucessor, Carlos I, governaram com um propósito bem definido: fortalecer a monarquia absoluta a todo custo.
·         A dinastia dos Stuart, entrou em choque com o parlamento inglês, que era dominado por representantes da gentry ( pequena e média empresa rural ) e da burguesia. Percebendo que o absolutismo tornava-se prejudicial aos seus interesses, não desejavam que o amplo poder do rei e sua intervenção nos assuntos econômicos atrapalhassem seus negócios.
·         Essa luta pelo poder entre a monarquia e o parlamento teve reflexo no campo religioso. Para conseguir o apoio da nobreza católica tradicional, por meio de uma rigorosa legislação religiosa, a igreja anglicana ( controlada pelo Estado ) deveria valorizar as doutrinas católicas em vez dos princípios Calvinistas ( estimulava o trabalho metódico, a eficiência, a poupança e a acumulação de riquezas )
·         A burguesia, fiel aos princípios calvinistas, ficou ainda mais descontentes. Fundou, então, novas seitas religiosas, como a presbiteriana.
·         Os presbiterianos, chamados de puritanos, queria uma igreja desligada do poder do Estado, na qual os bispos não fossem nomeados pelo rei. Cada igreja seria dirigida por um pastor indicado pelo conselho dos membros mais idosos da igreja.
·         Em 1628, o parlamento inglês estabeleceu, por meio da Petição de Direitos, que o rei não poderia criar impostos, convocar o exercito ou mandar prender pessoas sem previa autorização do Parlamento.
·         Carlos I ( sucessor de Jaime I ) reagiu a essa petição, fechando o parlamento e perseguindo os líderes políticos que lhe faziam oposições.
·         Em 1640, Carlos I viu-se obrigado a convocar o parlamento, a fim de conseguir recursos financeiros para combater uma revolta escocesa contra seu governo.
·         Uma vez reunidos, os parlamentares tomaram novamente uma série de medidas limitando o poder o rei. Esses acontecimentos agravaram ainda mais o conflito entre rei e parlamento, desencadeando a Revolução Inglesa.
·         A Revolução Inglesa pode ser dividida em quatro etapas principais: Guerra Civil ( 1642-1648); Regime Republicano ( 1649-1659); Restauração Monárquica ( 1660-1688) e Revolução Gloriosa ( 1688-1689 )
·         Guerra Civil / Revolução puritana: Irritado com a oposição parlamentar, Carlos I mandou sua guarda invadir a sede do parlamento e prender seus principais líderes. Estes, por sua vez, organizaram tropas para lutar conta às forças do rei. 
·         As tropas do parlamento foram lideradas por Oliver Cromwell, que organizou o “ Novo Modelo de Exercito “ cujo os postos de comando eram conquistados por merecimento militar e não pela origem de família, como ocorria no exercito organizado pelo monarca.

·         A Guerra Civil chegou ao fim com a vitória das tropas do parlamento. O rei Carlos I foi preso e condenado a morte, sendo decapitado em 30 de janeiro de 1649.
·         Regime Republicano / Fase republicana: Após esmagar as oposições Oliver instalou na Inglaterra o regime republicano comandando o país de 1649 a 1648.  República ditatorial de Cromwell ficou conhecida como protetora.
·         Entre os acontecimentos que marcaram este período destacam-se:  Formação da Comunidade Britânica: Inglaterra, Irlanda, Escócia e Paris foram unificadas em uma só república sobre o comando de Cromwell. Decreto do Ato de Navegação: Cromwell determinou que todas as mercadorias importadas ou exportadas pela Inglaterra deveriam ser transportadas em navios ingleses. Guerra contra os Holandeses: O ato de navegação acarretou muitos prejuízos aos holandeses, que obtiam grandes lucros com o transporte marítimo de produtos coloniais para a Inglaterra. Os holandeses declararam guerra contra os ingleses, mas foram derrotados. A Inglaterra tornou-se, então, a maior potencia naval do mundo.
·         Estabelecimento do Título Lorde Protetor: Oliver Cromwell assumiu o título de Lorde Protetor da comunidade britânica. Seu cargo tornou-se hereditário.
·         Após a morte de Cromwell ( 1658) seu filho, Ricardo/Richard, assumiu o poder, dando continuidade ao poder republicano.
·         Restauração Monarca: Os Stuart voltam ao poder: Ricardo/ Richard não tinha a mesma habilidade política e administrativa do seu pai. O parlamento decidiu, então, restaurar a dinastia dos Stuart, convidando Carlos II assumir o trono britânico, governando sob o domínio político do parlamento.
·         O período da restauração monárquica dos Stuart estendeu-se pelos reinados de Carlos II e de seu irmão Jaime II.
·         Em seu governo, Jaime II tentou restabelecer o absolutismo, com isso os novos conflitos surgiram. Temendo a volta do absolutismo, a maioria do parlamento decidiu tirar o poder do rei Jaime II.
·         Revolução Gloriosa: A derrota do absolutismoFoi estabelecido um acordo com o Príncipe Holandês Guilherme de Orange ( casado com Maria Stuart, filha de Jaime II ) que assumiria o trono inglês com a condição de que respeitasse os poderes do parlamento. A luta entre as forças de Guilherme e as topas de Jaime II ficou conhecido como “Revolução Gloriosa”, que foi marcada com a derrota do monarca inglês.
·         A pós a Revolução Gloriosa instalou-se a monarquia parlamentar na Inglaterra, ou seja, era o fim do absolutismo tomando-se costume, na época, dizer “o rei reina, mas não governa”.


Consequentes da revolução inglesa:

·         Os ingleses passaram a desfrutar de mais liberdade religiosa. Os católicos e protestantes eram permitidos celebrar seus cultos.
·         Fim do absolutismo na Inglaterra: o poder do rei passou a ser limitado pelo parlamento.
·         Desenvolveu o Estado Liberal, no qual havia três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário.
·         Avanço capitalista: A Inglaterra rompeu definitivamente com o sistema feudal, abrindo espaço para o avanço do capitalismo.
·         Tornaram-se a maior potencia comercial da época. Lançavam-se, assim, as bases para o desenvolvimento do capitalismo industrial. ( Módulo 21 página 6 a 9)

  
O ILUMINISMO
·         O Iluminismo foi um conjunto de ideias que tiveram origem na Europa, no século XVII, e se desenvolveu especialmente no século XVIII, o qual ficou conhecido como o “Século das luzes ou da Ilustração”.
·         O pensamento iluminista teve sua maior expressão na França e difundiu-se pelo mundo influenciando o movimento de Independência das Treze Colônias da América do Norte, a Revolução Francesa e os movimentos de Independência na América Latina, inclusive no Brasil.

·         Iluminismo - Movimento intelectual, ou seja, conjunto de ideias.
·         Iluministas - Filósofos que desenvolveram essas ideias.

·         Condições para o desenvolvimento do Iluminismo - Revolução Científica  do séc. XVII:
·         Movimento que mudou a visão do homem moderno  ao utilizar-se da razão e da ciência para explicar a realidade . Antes, a igreja explicava os acontecimentos por meio de preceitos religiosos e da fé.
      Ascensão econômica da Burguesia: A classe burguesa lutava contra a intervenção do Estado na economia
    . Crise do Antigo Regime: Insatisfação contra os governos absolutistas.
·         Os pensadores iluministas criticavam o Antigo Regime, combatendo o absolutismo dos reis, os privilégios da nobreza, do clero, a imposição religiosa e as  práticas mercantilistas
·         Contexto histórico em que surgiu o Iluminismo - Desde a Idade Média, a visão teocêntrica marcada pelo misticismo religioso dominava a Europa. Neste período, predominava o uso do pensamento escolástico  que buscava conciliar fé e razão.
·          A partir do século XVII, em meio à insatisfação por causa da opressão exercida pelos monarcas absolutistas, surgiu uma nova possibilidade para explicar o mundo fundamentada na razão.
·         O mundo físico e seus fenômenos deixavam de ser justificados pela religião e passavam a ser explicados pela razão. Era a valorização da ciência e da racionalidade como forma de eliminar a ignorância dos seres humanos acerca da natureza e da sociedade.
·         O Iluminismo rompeu com a maneira como as pessoas pensavam.  Seus pensadores valorizavam a ciência e a racionalidade como forma de eliminar a ignorância dos seres humanos sobre a natureza e a vida em sociedade.
·         “Iluminar significa combater as trevas da ignorância e as superstições que dominavam a sociedade da época”.
·                        Para os filósofos iluministas, o uso da razão era a melhor maneira de construir um mundo baseado na verdade, na liberdade e no progresso. Acreditavam que as pessoas eram livres, autônomas e tinham capacidade de pensar por si mesmas. A ignorância, gerada pela aceitação de dogmas religiosos e a submissão aos governos absolutistas, tinha impedido o cidadão de desenvolver suas potencialidades. Agora, a sociedade deveria ser guiada pela razão e pela ciência e não mais pela fé e religião.
·         A luz da razão nas palavras de René Descartes... “Nunca devemos admitir senão aquilo que a razão nos mostra como evidente; em caso algum podemos aceitar o que nos é imposto pela nossa imaginação ou pelos nossos sentidos.”(Descartes, Meditações Metafísicas, 1640)
·              Esclarecer é educar
·              As novas ideias eram propagadas nas academias científicas e de ensino, nos salões, nos clubes e nos cafés.
·              Além das descobertas no campo da ciência , falava-se sobre arte, política, economia, questões sociais, etc.
·         Com ajuda da imprensa, as ideias iluministas foram divulgadas em jornais, revistas e livros.
·             Um importante veículo para divulgar o pensamento iluminista sobre história, política, economia, arte e sociedade foi a criação da “Enciclopédia”.
  

·         A Enciclopédia que iluminava - A Enciclopédia abordava diversas áreas do conhecimento e divulgava as ideias filosóficas e políticas do Iluminismo.
·         Seus Organizadores:
·         - Denis Diderot (1713-1784)
·         Jean D’Alembert (1717-1783)
·         àA obra contou com a colaboração de aproximadamente 140 autores, entre eles, Voltaire, Rousseau e Montesquieu.
·         àFoi condenada pelo governo e pela Igreja como subversiva, mas circulou clandestinamente influenciando as mentes da época.
·         O Iluminismo defendia: a igualdade jurídica; tolerância religiosa e filosófica; liberdade pessoal e social;
direito à propriedade privada; defesa do contrato como mediador das relações sociais; maior participação política da sociedade; governo representativo.
·         O Iluminismo combatia: o absolutismo monárquico; a intervenção do estado na vida econômica: o mercantilismo; a tese do direito divino dos reis; a participação da igreja na vida pública e as verdades reveladas pela fé.
·         Os principais pensadores iluministas...
·         VOLTAIRE (1694 – 1778) “Posso não concordar com nenhuma palavra que você diz, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las”. Voltaire era o pseudônimo (apelido) de François-Marie Arouet.
Defendia a liberdade de pensamento, a igualdade perante a lei e a tolerância religiosa.
Criticava a igreja e o absolutismo, propondo a participação da burguesia esclarecida no governo.
·         Jean-Jacques ROUSSEAU (1712-1778) “O homem nasce bom, a sociedade o corrompe”. Escreveu várias obras, as mais destacadas são: “Discurso sobre a origem e os fundamentos das desigualdades entre os homens” Criticava a propriedade privada  por ser a raiz das infelicidades humanas.
“O Contrato Social” Defendia a ideia de um estado democrático que garantisse a igualdade de direito para todos.
·         MONTESQUIEU (1689 – 1755) “É uma verdade eterna: qualquer pessoa que tenha o poder tende a abusar dele. Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder”. Era contra o absolutismo (forma de governo que concentrava todo poder do país nas mãos do rei). Afirmava que somente o poder poderia limitar o poder.Criticava a interferência política do clero.Defendia aspectos democráticos de governo e o respeito às leis. Em sua obra “O Espírito das leis” , defendia a divisão do poder em três: Legislativo (composto pelos representantes da população que fariam as leis do país), Executivo (responsável por executar essas leis e administrar os negócios públicos) e Judiciário (encarregado de aplicar as leis). Essa divisão era o que garantiria o cumprimento das leis vigentes, e a liberdade dos cidadãos.
·         JOHN LOCKE (1632 – 1704) “Ler fornece ao espírito materiais para o conhecimento, mas só o pensar faz nosso o que lemos”. Locke criticou a teoria do direito divino dos reis e combateu o absolutismo;
·         para ele, a soberania não reside no Estado, mas sim na população. Admitia sua supremacia, mas este deveria respeitar as leis natural e civil, zelar e defender os direitos naturais do cidadão, senão o povo poderia destituí-lo;defendeu a separação entre Igreja e Estado e a liberdade religiosa; acreditava que a mente de uma pessoa, ao nascer, era uma tábula rasa (espécie de folha em branco) e somente com as experiências vividas é que se adquire conhecimento e personalidade.
·         Uma nova teoria econômica... Até o século XVIII, o mercantilismo era a prática econômica predominante na Europa e adotada pelos reis absolutistas que expandiam a riqueza de seus países por meio do fortalecimento do comércio e da exploração colonial. Entretanto, os pensadores  iluministas começaram a questionar as ideias mercantilistas, pregando  o fim da intervenção do estado na economia . Assim, surgiu uma nova teoria econômica denominada de “FISIOCRACIA”.
·         Os fisiocratas defendiam a liberdade econômica  e a livre concorrência, em que o mercado se autorregulava pela “lei da oferta e da procura” sendo  regido pela ordem natural das coisas.
·         Criticavam o mercantilismo e a intervenção do Estado na economia. Para eles, as imposições impostas pelo Estado eram um obstáculo para o desenvolvimento econômico. Essa ideia estava clara na frase: “Laissez faire, Laissez passer”,(deixai fazer, deixai passar) pronunciada pelo francês François Quesnay.
·         Principais Fisiocratas:
·         Adam Smith (1723 – 1790) Principal obra:“A riqueza das nações” (publicada em 1776).Defendia a ideia de que o trabalho e o acúmulo de capital eram a fonte da riqueza. Foi o primeiro a estudar o sistema capitalista.

  ·         François Quesnay (1694-1774) Principal obra: “Quadro Econômico” (publicada em 1758).Autor da frase: “Laissez faire, Laissez passer” (deixai fazer, deixai passar), foi o principal representante da Fisiocracia e também colaborador da “Enciclopédia”. Em sua obra, demonstra a relação entre diferentes classes e setores econômicos  e o fluxo de pagamentos entre eles.Defende a ideia de que o mercado é que define o que seria mais adequado produzir.
·         Enquanto isso...
·         Em meio a toda essa efervescência de novas ideias, alguns governantes absolutistas foram adotando alguns princípios iluministas em seus países. Eles ficaram conhecidos como os “Déspotas Esclarecidos”.
·         Déspota - Era o rei, soberano ou ministro absolutista.
·         Esclarecido - O que era adepto às ideias iluministas
·         Os Déspotas Esclarecidos - Estes governantes perceberam que as ideias iluministas estavam se espalhando e ganhando aceitação do povo.  Assim, sem deixar de ser absolutistas, colocaram em prática algumas ideias iluministas a fim modernizar os estados que governavam, diminuir a contestação e aumentar seu poder e prestígio,  enfraquecendo a oposição ao seu governo.Diziam-se governar em nome da felicidade do povo.
·         As principais práticas adotadas entre eles foram:fim das barreiras comerciais e da censura aos livros; ampliar o acesso à justiça; dar assistência social aos mais necessitados; incentivo à educação, à arte e à atividade econômica.
·         Principais Déspotas Esclarecidos
·         Catarina II (Rússia)
·         Frederico II (Prússia)
·         José II (Áustria)
·         Marquês de Pombal (Portugal)





Dicas de estudo ( TS1 ) - HISTÓRIA

Tópicos que vocês precisarão dar mais atenção na hora do estudo:

-Características do antigo regime.
-Revolução Inglesa e sua contribuição em tornar a Inglaterra uma das maiores potencias econômicas.
-Revolução Gloriosa
-Fases da revolução industrial
-Características da Revolução Industrial.
-Problemas enfrentados pelos trabalhadores e primeiro setor industrializado na Inglaterra.
-Despotismo esclarecido – iluminismo
-Iluministas e suas principais ideias.

-Ideias do iluminismo.



TRABALHO

Valor 10,0
Conteúdo ( Formação e Independência dos EUA)
( Seminário  ) Valor: 7,0
Pontos a serem abordados:
ü  Processo de independência das colônias inglesas.
ü  Explicar o processo de organização de uma nova nação (EUA)
( parte escrita) Valor: 3.0
Elaborar um relatório sobre o assunto do seminário.

Data de entrega e seminário : 17/04


Aula 18/03/2014


O século do ouro no Brasil colonial - Módulo 24

Vídeo aula: 

VÍDEO 1



VÍDEO 2 

Youtube

500 ANOS: O BRASIL - COLÔNIA NA TV - EP. 08 - SEGREDOS DA INCONFIDÊNCIA 


https://www.youtube.com/watch?v=j6TW0a4FmRA&hd=1 




Aula 25/03/2014

O SÉCULO DO OURO NO BRASIL COLONIAL – FATOS IMPORTANTES – MÓDULO 24 – TS2

·         Portugal estava mergulhado em grave crise econômica. Os preços do açúcar haviam caído no mercado internacional, devido, sobretudo, a concorrência do açúcar nas Antilhas. O governo português buscava novas fontes de riqueza. Nessa busca, revigorou o antigo sonho de encontrar ouro no Brasil.
·         Somente no final do século XVII os bandeirantes encontraram as primeiras jazidas de ouro em Minas Gerais.
·         A notícia da descoberta do ouro rapidamente se espalhou, e um grande número de pessoas dirigiu-se a região de Minas Gerais.
·         O governo português lançou um decreto, em março de 1720, restringindo a emigração para o Brasil, na qual passou a ser consentida somente mediante a autorização portuguesa.
·         Com tanta gente chegando a região passou por rápidas transformações. No sertão a corrida do ouro contribuiu para o surgimento , em poucos nos, de vilas e cidades como Vil Rica, Ribeirão do Carmo, São João Del Rei e Sabará.

Guerra dos Emboabas:

·         Os paulistas, descobridores do ouro de Minas Gerais, sentiam-se no direito de explorá-lo com exclusividade. Entretanto, muitos portugueses vindos da metrólope ou de outras partes da própria colônia também queriam apoderar-se das jazidas descobertas. A tensão cresceu quando os portugueses passaram a controlar o abastecimento de mercadorias para a região de Minas.
·         O correu,então, entre paulistas e portugueses, violentos conflitos que ficaram conhecidos como Guerra dos Emboabas.
·         Muitos na colônia chamavam os portugueses de emboabas, era uma referencia as botas que usavam. O termo emboaba passou a ser usado , posteriormente para designar os portugueses oponentes dos paulistanos , com o sentido de forasteiro, pessoa que vem de outra região.
·         O conflito teve fim em 1709, no chamado Capão da Traição, quando muitos pulistas foram mortos por um exército emboaba de cerca de mil homens, comandado por Bento de Amaral Coutinho.

Administração:

·         As minas pertenciam à Coroa portuguesa, que concedia lotes ( datas) aos mineradores para a exploração do ouro. O trabalho nesses lotes era realizado por escravos em lugares denominados de lavas.
·         Vendo  no ouro a possibilidade de revigorar sua economia, o governo português organizou um rígido esquema administrativo para controlar a região mineradora.
·         O principal órgão desse esquema administrativo português era a Intendência das Minas. Criado em 1702, o órgão desse esquema era responsável por distribuir terras para a exploração do ouro, fiscalizar a atividade mineradora e, principalmente, cobrar impostos pela exploração das jazidas: os mineradores deveriam ao governo português um quinto  ( 20% )de qualquer quantidade de metal extraído.
·         O controle sobre o ouro que era encontrado aumentou, mas o contrabando era intenso. Essa situação precisaria ser controlada de alguma maneira pelos portugueses, o que foi feito com a proibição de circular do ouro em pó.
·         Todo ouro encontrado deveria passar pelas Casas de Fundição, onde era obrigatoriamente fundido e transformado em barras.
·         Ao receber o ouro, as Casas de Fundição já retiravam a parte que correspondia ao imposto devido a Fazenda Real ( Coroa . O restante recebia um selo que comprovava o pagamento do quinto, podendo ser legalmente negociado.
Revolta de Vila Rica:

·         Diversos mineradores revoltaram-se contra a criação das Casas de Fundição, que dificultaram a circulação e o comercio do ouro dentro da capitania, facilitando apensas a cobrança de impostos.
·         Em 29 de junho de 1720, eclodiu a chamada Revolução de Vila Rica. Cerca de dois mil revoltosos, comandado por tropeiro ( condutor de tropas de animais especialmente de cargas ) português Felipe dos Santos, conquistaram a cidade de Vila Rica.
·         Esse grupo exigia do governador  Pedro de Almeida Portugal da capitania de Minas Gerais a extinção das Casas de Fundição.
·         Apanhado de surpresa, o governador  fingiu aceitar s exigências e prometeu acabar com as Casas de Fundição, ganhando tempo para organizar suas tropas e reagir energicamente.
·         Pouco depois os líderes do movimento foram presos e Felipe dos Santos, condenado: foi enforcado e esquartejado em praça pública em 16 de julho de 1720.

Reformas Pombalinas:
·         Durante a segunda metade do século XVIII, a Coroa Portuguesa sofreu a influência dos princípios iluministas com a chegada de Sebastião José de Carvalho aos quadros ministeriais do governo de Dom José I. Mais conhecido como Marquês de Pombal, este “super ministro” teve como grande preocupação modernizar a administração pública de seu país e ampliar ao máximo os lucros provenientes da exploração colonial, principalmente em relação à colônia brasileira.
·         Buscando ampliar os lucros retirados da exploração colonial em terras brasileiras, Pombal resolveu instituir a cobrança anual de 1500 quilos de ouro. Além disso, ele resolveu tirar algumas atribuições do Conselho Ultramarino e acabou com as capitanias hereditárias que seriam, a partir de então, diretamente pelo governo português. Outra importante medida foi a criação de várias companhias de comércio incumbidas de dar maior fluxo às transações comerciais entre a colônia e a metrópole.
·         No plano interno, Marquês de Pombal instituiu uma reforma que desagradou muitos daqueles que viviam das regalias oferecidas pela Coroa Portuguesa. O chamado Erário Régio tinha como papel controlar os gastos do corpo de funcionários reais e, principalmente, reduzir os seus gastos. Outra importante medida foi incentivar o desenvolvimento de uma indústria nacional com pretensões de diminuir a dependência econômica do país.
·         Outra importante medida trazida com a administração de Pombal foi a expulsão dos jesuítas do Brasil. Essa medida foi tomada com o objetivo de dar fim às contendas envolvendo os colonos e os jesuítas. O conflito se desenvolveu em torno da questão da exploração da mão-de-obra indígena. A falta de escravos negros fazia com que muitos colonos quisessem apresar e escravizar as populações indígenas. Os jesuítas se opunham a tal prática, muitas vezes apoiando os índios contra os colonos.
·         Vendo os prejuízos trazidos com essa situação, Pombal expulsou os jesuítas e instituiu o fim da escravidão indígena. As terras que foram tomadas dos integrantes da Ordem de Jesus foram utilizadas como zonas de exploração econômica através da venda em leilão ou da doação das mesmas para outros colonos. Com relação aos índios, Pombal pretendia utilizá-los como força de trabalho na colonização de outras terras do território.
·         Mesmo pretendendo trazer diversas melhorias para a Coroa, Pombal não conseguiu manter-se no cargo após a morte de Dom José I, em 1777. Seus opositores o acusaram de autoritarismo e de trair os interesses do governo português. Com a saída de Pombal do governo, as transformações sugeridas pelo ministro esclarecido encerraram um período de mudanças que poderiam amenizar o atraso econômico dos portugueses.
Inconfidência Mineira:
·         A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma tentativa de revolta abortada pelo governo em 1789, em pleno ciclo do ouro, na então capitania de Minas Gerais, no Brasil, contra, entre outros motivos, a execução da derrama e o domínio português.
·         Foi um dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil. Significou a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão do governo português no período colonial.
·         No final do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de Portugal e sofria com os abusos políticos e com a cobrança de altas taxas e impostos. Além disso, a metrópole havia decretado uma série de leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. No ano de 1785, por exemplo, Portugal decretou uma lei que proibia o funcionamento de indústrias fabris em território brasileiro.
  • Neste  período, era grande a extração de ouro, principalmente na região de Minas Gerais. Os brasileiros que encontravam ouro deviam pagar o quinto, ou seja, vinte por cento de todo ouro encontrado acabava nos cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” (sem  ter pagado o imposto”) sofria duras penas, podendo até ser degredado (enviado a força para o território africano).

·         Com a grande exploração, o ouro começou a diminuir nas minas. Mesmo assim as autoridades portuguesas não diminuíam as cobranças. Nesta época, Portugal criou a Derrama. Esta funcionava da seguinte forma: cada região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 quilos) por ano para a metrópole. Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas das famílias para retirarem os pertences até completar o valor devido.
·         Todas estas atitudes foram provocando uma insatisfação muito grande no povo e, principalmente, nos fazendeiros rurais e donos de minas que queriam pagar menos impostos e ter mais participação na vida política do país. Alguns membros da elite brasileira (intelectuais, fazendeiros, militares e donos de minas), influenciados pela idéias de liberdade que vinham do iluminismo europeu, começaram a se reunir para buscar uma solução definitiva para o problema: a conquista da independência do Brasil.
·         Em Minas Gerais, o movimento teve entre seus principais representantes o alferes e dentista Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes, além dos poetas Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa. O grupo queria libertar o Brasil de Portugal e instaurar uma república independente.
·         Os inconfidentes, que pretendiam dar início à revolução no dia em que o governador da capitania de Minas Gerais fosse começar a cobrar a derrama, acreditavam poder contar com a ajuda da população.
·         Entretanto, foram traídos por um deles, Joaquim Silvério dos Reis, que os denunciou em troca do perdão da própria dívida com a Coroa. Os líderes da rebelião foram detidos, enviados ao Rio de Janeiro e condenados à morte. Contudo, por decreto da rainha dona Maria I, de Portugal, a sentença de morte de doze inconfidentes foi substituída pelo exílio nas colônias portuguesas da África e conventos em Portugal. A única sentença de morte mantida foi a de Tiradentes.
·         Tiradentes foi enforcado em 21 de abril de 1792. Seu corpo foi esquartejado e partes dele foram expostas em lugares públicos, para servir de exemplo. Sua casa foi queimada e o terreno foi salgado para que nada mais nascesse ali. Além disso, seus bens foram confiscados.
·         Tiradentes é hoje considerado um mártir e um dos maiores símbolos brasileiros da luta pela independência e pelo estabelecimento de uma república no país. Por esse motivo, o dia 21 de abril é feriado nacional.







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