Aula: 11/03/2014
RESUMO DA AULA:
Revoluções da Inglaterra dos séculos XVII e XVIII
·
Durante o século XVI até meados do XVII a
Inglaterra foi governada por reis absolutistas. O absolutismo inglês teve
início com o rei Henrique VII fundador da dinastia dos Tudor.
·
No reinado de Elizabeth ( 1558-1603), o
absolutismo monárquico inglês fortaleceu-se ainda mais e colaborou ativamente
para o desenvolvimento do pais.
·
Com a morte a rainha Elizabeth I, a dinastia de Tudor chegou ao fim. Sem descendentes diretos, o trono inglês coube
a seu primo Jaime, rei da Escócia, que se tornou soberano dos dois países com o
título de Jaime I. Iniciava-se a dinastia dos Stuart.
·
O rei Jaime I, e seu sucessor, Carlos I,
governaram com um propósito bem definido: fortalecer a monarquia absoluta a
todo custo.
·
A dinastia dos Stuart, entrou em choque com o
parlamento inglês, que era dominado por representantes da gentry ( pequena e média empresa rural ) e da burguesia. Percebendo
que o absolutismo tornava-se prejudicial aos seus interesses, não desejavam que
o amplo poder do rei e sua intervenção nos assuntos econômicos atrapalhassem
seus negócios.
·
Essa luta pelo poder entre a monarquia e o
parlamento teve reflexo no campo religioso. Para conseguir o apoio da nobreza
católica tradicional, por meio de uma rigorosa legislação religiosa, a igreja
anglicana ( controlada pelo Estado ) deveria valorizar as doutrinas católicas
em vez dos princípios Calvinistas ( estimulava o trabalho metódico, a
eficiência, a poupança e a acumulação de riquezas )
·
A burguesia, fiel aos princípios calvinistas,
ficou ainda mais descontentes. Fundou, então, novas seitas religiosas, como a
presbiteriana.
·
Os presbiterianos, chamados de puritanos,
queria uma igreja desligada do poder do Estado, na qual os bispos não fossem
nomeados pelo rei. Cada igreja seria dirigida por um pastor indicado pelo
conselho dos membros mais idosos da igreja.
·
Em 1628, o parlamento inglês estabeleceu, por
meio da Petição de Direitos, que o rei não poderia criar impostos, convocar o
exercito ou mandar prender pessoas sem previa autorização do Parlamento.
·
Carlos I ( sucessor de Jaime I ) reagiu a
essa petição, fechando o parlamento e perseguindo os líderes políticos que lhe
faziam oposições.
·
Em 1640, Carlos I viu-se obrigado a convocar
o parlamento, a fim de conseguir recursos financeiros para combater uma revolta
escocesa contra seu governo.
·
Uma vez reunidos, os parlamentares tomaram
novamente uma série de medidas limitando o poder o rei. Esses acontecimentos
agravaram ainda mais o conflito entre rei e parlamento, desencadeando a
Revolução Inglesa.
·
A Revolução Inglesa pode ser dividida em
quatro etapas principais: Guerra Civil ( 1642-1648); Regime Republicano (
1649-1659); Restauração Monárquica ( 1660-1688) e Revolução Gloriosa (
1688-1689 )
·
Guerra Civil / Revolução puritana: Irritado com a oposição parlamentar, Carlos
I mandou sua guarda invadir a sede do parlamento e prender seus principais
líderes. Estes, por sua vez, organizaram tropas para lutar conta às forças do
rei.
·
As tropas do parlamento foram lideradas por
Oliver Cromwell, que organizou o “ Novo Modelo de Exercito “ cujo os postos de
comando eram conquistados por merecimento militar e não pela origem de família,
como ocorria no exercito organizado pelo monarca.
·
A Guerra Civil chegou ao fim com a vitória das
tropas do parlamento. O rei Carlos I foi preso e condenado a morte, sendo
decapitado em 30 de janeiro de 1649.
·
Regime
Republicano / Fase republicana: Após esmagar as oposições Oliver instalou
na Inglaterra o regime republicano comandando o país de 1649 a 1648. República ditatorial de Cromwell ficou
conhecida como protetora.
·
Entre os acontecimentos que marcaram este
período destacam-se: Formação da Comunidade Britânica:
Inglaterra, Irlanda, Escócia e Paris foram unificadas em uma só república sobre
o comando de Cromwell. Decreto do Ato de
Navegação: Cromwell determinou que todas as mercadorias importadas ou
exportadas pela Inglaterra deveriam ser transportadas em navios ingleses. Guerra contra os Holandeses: O ato de
navegação acarretou muitos prejuízos aos holandeses, que obtiam grandes lucros
com o transporte marítimo de produtos coloniais para a Inglaterra. Os
holandeses declararam guerra contra os ingleses, mas foram derrotados. A
Inglaterra tornou-se, então, a maior potencia naval do mundo.
·
Estabelecimento
do Título Lorde Protetor: Oliver Cromwell assumiu o título de Lorde
Protetor da comunidade britânica. Seu cargo tornou-se hereditário.
·
Após a morte de Cromwell ( 1658) seu filho, Ricardo/Richard,
assumiu o poder, dando continuidade ao poder republicano.
·
Restauração
Monarca: Os Stuart voltam ao poder: Ricardo/ Richard não tinha a mesma
habilidade política e administrativa do seu pai. O parlamento decidiu, então,
restaurar a dinastia dos Stuart, convidando Carlos II assumir o trono
britânico, governando sob o domínio político do parlamento.
·
O período da restauração monárquica dos Stuart
estendeu-se pelos reinados de Carlos II e de seu irmão Jaime II.
·
Em seu governo, Jaime II tentou restabelecer o
absolutismo, com isso os novos conflitos surgiram. Temendo a volta do
absolutismo, a maioria do parlamento decidiu tirar o poder do rei Jaime II.
·
Revolução
Gloriosa: A derrota do absolutismo – Foi estabelecido um acordo com o Príncipe
Holandês Guilherme de Orange ( casado com Maria Stuart, filha de Jaime II ) que
assumiria o trono inglês com a condição de que respeitasse os poderes do
parlamento. A luta entre as forças de Guilherme e as topas de Jaime II ficou
conhecido como “Revolução Gloriosa”,
que foi marcada com a derrota do monarca inglês.
·
A pós a Revolução Gloriosa instalou-se a
monarquia parlamentar na Inglaterra, ou seja, era o fim do absolutismo
tomando-se costume, na época, dizer “o rei reina, mas não governa”.
Consequentes da
revolução inglesa:
·
Os ingleses passaram a desfrutar de mais
liberdade religiosa. Os católicos e protestantes eram permitidos celebrar seus
cultos.
·
Fim do absolutismo na Inglaterra: o poder do rei
passou a ser limitado pelo parlamento.
·
Desenvolveu o Estado Liberal, no qual havia três
poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário.
·
Avanço capitalista: A Inglaterra rompeu
definitivamente com o sistema feudal, abrindo espaço para o avanço do
capitalismo.
·
Tornaram-se a maior potencia comercial da época.
Lançavam-se, assim, as bases para o desenvolvimento do capitalismo industrial.
( Módulo 21 página 6 a 9)
O ILUMINISMO
·
O Iluminismo foi um conjunto de ideias que
tiveram origem na Europa, no século XVII, e se desenvolveu especialmente no
século XVIII, o qual ficou conhecido como o “Século das luzes ou da Ilustração”.
·
O pensamento iluminista teve sua maior
expressão na França e difundiu-se pelo mundo influenciando o movimento de
Independência das Treze Colônias da América do Norte, a Revolução Francesa e os
movimentos de Independência na América Latina, inclusive no Brasil.
·
Iluminismo - Movimento intelectual, ou seja,
conjunto de ideias.
·
Iluministas - Filósofos que desenvolveram
essas ideias.
·
Condições para o desenvolvimento do Iluminismo - Revolução Científica do séc. XVII:
·
Movimento que mudou a visão do homem
moderno ao utilizar-se da razão e da
ciência para explicar a realidade . Antes, a igreja explicava os acontecimentos
por meio de preceitos religiosos e da fé.
Ascensão econômica da
Burguesia: A classe burguesa lutava contra a intervenção do Estado na
economia
. Crise do Antigo Regime: Insatisfação contra os governos absolutistas.
·
Os pensadores
iluministas criticavam o Antigo Regime, combatendo o absolutismo dos reis, os
privilégios da nobreza, do clero, a imposição religiosa e as práticas mercantilistas
·
Contexto histórico em que surgiu o Iluminismo - Desde a Idade Média, a visão teocêntrica marcada pelo misticismo
religioso dominava a Europa. Neste período, predominava o uso do pensamento
escolástico que buscava conciliar fé e
razão.
·
A
partir do século XVII, em meio à insatisfação por causa da opressão exercida
pelos monarcas absolutistas, surgiu uma nova possibilidade para explicar o
mundo fundamentada na razão.
·
O mundo físico e seus fenômenos deixavam de
ser justificados pela religião e passavam a ser explicados pela razão. Era a
valorização da ciência e da racionalidade como forma de eliminar a ignorância
dos seres humanos acerca da natureza e da sociedade.
·
O Iluminismo rompeu
com a maneira como as pessoas pensavam.
Seus pensadores valorizavam a ciência e a racionalidade como forma de
eliminar a ignorância dos seres humanos sobre a natureza e a vida em sociedade.
·
“Iluminar significa combater as trevas da
ignorância e as superstições que dominavam a sociedade da época”.
·
Para
os filósofos iluministas, o uso da razão era a melhor maneira de construir um
mundo baseado na verdade, na liberdade e no progresso. Acreditavam que as
pessoas eram livres, autônomas e tinham capacidade de pensar por si mesmas. A
ignorância, gerada pela aceitação de dogmas religiosos e a submissão aos
governos absolutistas, tinha impedido o cidadão de desenvolver suas
potencialidades. Agora, a sociedade deveria ser guiada pela razão e pela
ciência e não mais pela fé e religião.
·
A luz da razão nas palavras de René
Descartes... “Nunca devemos admitir senão aquilo que a razão
nos mostra como evidente; em caso algum podemos aceitar o que nos é imposto
pela nossa imaginação ou pelos nossos sentidos.”(Descartes, Meditações
Metafísicas, 1640)
·
Esclarecer é educar
·
As novas ideias eram propagadas
nas academias científicas e de ensino, nos salões, nos clubes e nos cafés.
·
Além das descobertas no campo da ciência ,
falava-se sobre arte, política, economia, questões sociais, etc.
·
Com ajuda da imprensa, as ideias iluministas
foram divulgadas em jornais, revistas e livros.
·
Um
importante veículo para divulgar o pensamento iluminista sobre história,
política, economia, arte e sociedade foi a criação da “Enciclopédia”.
·
A Enciclopédia que iluminava - A Enciclopédia
abordava diversas áreas do conhecimento e divulgava as ideias filosóficas e
políticas do Iluminismo.
·
Seus Organizadores:
·
- Denis Diderot (1713-1784)
·
Jean D’Alembert (1717-1783)
·
àA
obra contou com a colaboração de aproximadamente 140 autores, entre eles, Voltaire,
Rousseau e Montesquieu.
·
àFoi
condenada pelo governo e pela Igreja como subversiva, mas circulou
clandestinamente influenciando as mentes da época.
·
O
Iluminismo defendia: a igualdade
jurídica; tolerância religiosa e
filosófica; liberdade pessoal e
social;
direito
à propriedade privada; defesa do
contrato como mediador das relações sociais; maior participação política da sociedade; governo representativo.
·
O
Iluminismo combatia: o absolutismo
monárquico; a intervenção do
estado na vida econômica: o mercantilismo; a tese do direito divino dos reis; a participação da igreja na vida pública e as verdades reveladas pela fé.
·
Os principais pensadores iluministas...
·
VOLTAIRE (1694 – 1778) “Posso não concordar com nenhuma palavra
que você diz, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las”. Voltaire era o pseudônimo (apelido) de
François-Marie Arouet.
Defendia a liberdade de pensamento, a igualdade
perante a lei e a tolerância religiosa.
Criticava a igreja e o absolutismo, propondo a
participação da burguesia esclarecida no governo.
·
Jean-Jacques ROUSSEAU (1712-1778) “O homem nasce bom, a sociedade o
corrompe”. Escreveu várias obras,
as mais destacadas são: “Discurso sobre a origem e os fundamentos das
desigualdades entre os homens” Criticava a propriedade privada por ser a raiz das infelicidades humanas.
“O
Contrato Social” Defendia a ideia de um estado democrático que garantisse a igualdade
de direito para todos.
·
MONTESQUIEU
(1689 – 1755) “É uma verdade eterna: qualquer pessoa que tenha o
poder tende a abusar dele. Para que não haja abuso, é preciso organizar as
coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder”. Era contra o
absolutismo (forma de governo que concentrava todo poder do país nas mãos do
rei). Afirmava que somente o poder poderia limitar o poder.Criticava a
interferência política do clero.Defendia aspectos democráticos de governo e o
respeito às leis. Em sua obra “O Espírito das leis” , defendia a divisão
do poder em três: Legislativo (composto pelos representantes da
população que fariam as leis do país), Executivo (responsável por
executar essas leis e administrar os negócios públicos) e Judiciário
(encarregado de aplicar as leis). Essa divisão era o que garantiria o
cumprimento das leis vigentes, e a liberdade dos cidadãos.
·
JOHN LOCKE
(1632 – 1704) “Ler fornece ao espírito materiais para o conhecimento, mas
só o pensar faz nosso o que lemos”. Locke criticou a teoria do direito divino dos reis e combateu o
absolutismo;
·
para ele, a soberania não reside no Estado, mas sim
na população. Admitia sua supremacia, mas este deveria respeitar as leis
natural e civil, zelar e defender os direitos naturais do cidadão, senão o povo
poderia destituí-lo;defendeu a separação entre Igreja e Estado e a liberdade
religiosa; acreditava que a mente de uma pessoa, ao nascer, era uma tábula rasa
(espécie de folha em branco) e somente com as experiências vividas é que se
adquire conhecimento e personalidade.
·
Uma nova
teoria econômica... Até o século XVIII, o mercantilismo era a prática econômica
predominante na Europa e adotada pelos reis absolutistas que expandiam a
riqueza de seus países por meio do fortalecimento do comércio e da exploração
colonial. Entretanto, os pensadores
iluministas começaram a questionar as ideias mercantilistas,
pregando o fim da intervenção do estado
na economia . Assim, surgiu uma nova teoria econômica denominada de
“FISIOCRACIA”.
·
Os
fisiocratas defendiam a liberdade econômica
e a livre concorrência, em que o mercado se autorregulava pela “lei da
oferta e da procura” sendo regido pela
ordem natural das coisas.
·
Criticavam
o mercantilismo e a intervenção do Estado na economia. Para eles, as imposições
impostas pelo Estado eram um obstáculo para o desenvolvimento econômico. Essa
ideia estava clara na frase: “Laissez faire, Laissez passer”,(deixai fazer,
deixai passar) pronunciada pelo francês François Quesnay.
·
Principais Fisiocratas:
·
Adam
Smith (1723 – 1790) Principal obra:“A riqueza das nações” (publicada em
1776).Defendia a ideia de que o trabalho e o acúmulo de capital eram a fonte da
riqueza. Foi o primeiro a estudar o sistema capitalista.
·
François Quesnay (1694-1774) Principal obra: “Quadro Econômico” (publicada em
1758).Autor da frase: “Laissez faire, Laissez passer” (deixai fazer,
deixai passar), foi o principal representante da Fisiocracia e também
colaborador da “Enciclopédia”. Em sua obra, demonstra a relação entre
diferentes classes e setores econômicos
e o fluxo de pagamentos entre eles.Defende a ideia de que o mercado é
que define o que seria mais adequado produzir.
·
Enquanto
isso...
·
Em meio
a toda essa efervescência de novas ideias, alguns governantes absolutistas
foram adotando alguns princípios iluministas em seus países. Eles ficaram
conhecidos como os “Déspotas Esclarecidos”.
·
Déspota - Era o rei, soberano
ou ministro absolutista.
·
Esclarecido - O que era adepto às
ideias iluministas
·
Os Déspotas Esclarecidos - Estes governantes perceberam
que as ideias iluministas estavam se espalhando e ganhando aceitação do
povo. Assim, sem deixar de ser
absolutistas, colocaram em prática algumas ideias iluministas a fim modernizar
os estados que governavam, diminuir a contestação e aumentar seu poder e
prestígio, enfraquecendo a oposição ao
seu governo.Diziam-se governar em nome da felicidade do povo.
·
As principais práticas adotadas entre eles
foram:fim das barreiras comerciais e da censura aos livros; ampliar o
acesso à justiça; dar assistência social aos mais necessitados; incentivo à
educação, à arte e à atividade econômica.
·
Principais Déspotas Esclarecidos
·
Catarina II (Rússia)
·
Frederico II (Prússia)
·
José II (Áustria)
·
Marquês de Pombal (Portugal)
Dicas de
estudo ( TS1 ) - HISTÓRIA
Tópicos que vocês precisarão dar mais
atenção na hora do estudo:
-Características do antigo
regime.
-Revolução Inglesa e sua
contribuição em tornar a Inglaterra uma das maiores potencias econômicas.
-Revolução Gloriosa
-Fases da revolução
industrial
-Características da
Revolução Industrial.
-Problemas enfrentados
pelos trabalhadores e primeiro setor industrializado na Inglaterra.
-Despotismo esclarecido –
iluminismo
-Iluministas e suas
principais ideias.
-Ideias do iluminismo.
TRABALHO
Valor 10,0
Conteúdo ( Formação e Independência dos EUA)
( Seminário )
Valor: 7,0
Pontos a serem abordados:
ü
Processo
de independência das colônias inglesas.
ü
Explicar
o processo de organização de uma nova nação (EUA)
( parte escrita) Valor: 3.0
Elaborar um relatório sobre o assunto do seminário.
Data de entrega e seminário : 17/04
Aula 18/03/2014
O século do ouro no Brasil colonial - Módulo 24
Vídeo aula:
VÍDEO 1
VÍDEO 2
Youtube
Aula 25/03/2014
O SÉCULO DO OURO NO BRASIL COLONIAL – FATOS IMPORTANTES – MÓDULO 24 – TS2
·
Portugal estava mergulhado em grave
crise econômica. Os preços do açúcar haviam caído no mercado internacional,
devido, sobretudo, a concorrência do açúcar nas Antilhas. O governo português
buscava novas fontes de riqueza. Nessa busca, revigorou o antigo sonho de
encontrar ouro no Brasil.
·
Somente no final do século XVII os
bandeirantes encontraram as primeiras jazidas de ouro em Minas Gerais.
·
A notícia da descoberta do ouro
rapidamente se espalhou, e um grande número de pessoas dirigiu-se a região de
Minas Gerais.
·
O governo português lançou um
decreto, em março de 1720, restringindo a emigração para o Brasil, na qual
passou a ser consentida somente mediante a autorização portuguesa.
·
Com tanta gente chegando a região
passou por rápidas transformações. No sertão a corrida do ouro contribuiu para
o surgimento , em poucos nos, de vilas e cidades como Vil Rica, Ribeirão do
Carmo, São João Del Rei e Sabará.
Guerra dos
Emboabas:
·
Os paulistas, descobridores do ouro de Minas Gerais, sentiam-se no
direito de explorá-lo com exclusividade. Entretanto, muitos portugueses vindos
da metrólope ou de outras partes da própria colônia também queriam apoderar-se
das jazidas descobertas. A tensão cresceu quando os portugueses passaram a
controlar o abastecimento de mercadorias para a região de Minas.
·
O correu,então, entre paulistas e portugueses, violentos conflitos
que ficaram conhecidos como Guerra dos Emboabas.
·
Muitos na colônia chamavam os portugueses de
emboabas, era uma referencia as botas que usavam. O termo emboaba passou a ser
usado , posteriormente para designar os portugueses oponentes dos paulistanos ,
com o sentido de forasteiro, pessoa que vem de outra região.
·
O conflito teve fim em 1709, no chamado Capão da Traição, quando muitos
pulistas foram mortos por um exército emboaba de cerca de mil homens, comandado
por Bento de Amaral Coutinho.
Administração:
·
As minas pertenciam à Coroa portuguesa, que
concedia lotes ( datas) aos mineradores para a exploração do ouro. O trabalho
nesses lotes era realizado por escravos em lugares denominados de lavas.
·
Vendo no
ouro a possibilidade de revigorar sua economia, o governo português organizou
um rígido esquema administrativo para controlar a região mineradora.
·
O principal órgão desse esquema administrativo
português era a Intendência das Minas. Criado
em 1702, o órgão desse esquema era responsável por distribuir terras para a
exploração do ouro, fiscalizar a atividade mineradora e, principalmente, cobrar
impostos pela exploração das jazidas: os mineradores deveriam ao governo
português um quinto ( 20% )de qualquer
quantidade de metal extraído.
·
O controle sobre o ouro que era encontrado
aumentou, mas o contrabando era intenso. Essa situação precisaria ser
controlada de alguma maneira pelos portugueses, o que foi feito com a proibição
de circular do ouro em pó.
·
Todo ouro encontrado deveria passar pelas Casas de Fundição, onde era
obrigatoriamente fundido e transformado em barras.
·
Ao receber o ouro, as Casas de Fundição já retiravam a parte que correspondia ao imposto devido
a Fazenda Real ( Coroa . O restante recebia um selo que comprovava o pagamento
do quinto, podendo ser legalmente negociado.
Revolta de Vila Rica:
·
Diversos
mineradores revoltaram-se contra a criação das Casas de Fundição, que
dificultaram a circulação e o comercio do ouro dentro da capitania, facilitando
apensas a cobrança de impostos.
·
Em 29 de
junho de 1720, eclodiu a chamada Revolução
de Vila Rica. Cerca de dois mil revoltosos, comandado por tropeiro (
condutor de tropas de animais especialmente de cargas ) português Felipe dos
Santos, conquistaram a cidade de Vila Rica.
·
Esse
grupo exigia do governador Pedro de
Almeida Portugal da capitania de Minas Gerais a extinção das Casas de Fundição.
·
Apanhado
de surpresa, o governador fingiu aceitar
s exigências e prometeu acabar com as Casas de Fundição, ganhando tempo para
organizar suas tropas e reagir energicamente.
·
Pouco
depois os líderes do movimento foram presos e Felipe dos Santos, condenado: foi
enforcado e esquartejado em praça pública em 16 de julho de 1720.
Reformas Pombalinas:
·
Durante
a segunda metade do século XVIII, a Coroa Portuguesa sofreu a influência dos
princípios iluministas com a chegada de Sebastião José de Carvalho aos quadros
ministeriais do governo de Dom José I. Mais conhecido como Marquês de Pombal,
este “super ministro” teve como grande preocupação modernizar a administração
pública de seu país e ampliar ao máximo os lucros provenientes da exploração
colonial, principalmente em relação à colônia brasileira.
·
Buscando
ampliar os lucros retirados da exploração colonial em terras brasileiras,
Pombal resolveu instituir a cobrança anual de 1500 quilos de ouro. Além disso,
ele resolveu tirar algumas atribuições do Conselho Ultramarino e acabou com as
capitanias hereditárias que seriam, a partir de então, diretamente pelo governo
português. Outra importante medida foi a criação de várias companhias de
comércio incumbidas de dar maior fluxo às transações comerciais entre a colônia
e a metrópole.
·
No plano
interno, Marquês de Pombal instituiu uma reforma que desagradou muitos daqueles
que viviam das regalias oferecidas pela Coroa Portuguesa. O chamado Erário
Régio tinha como papel controlar os gastos do corpo de funcionários reais e,
principalmente, reduzir os seus gastos. Outra importante medida foi incentivar
o desenvolvimento de uma indústria nacional com pretensões de diminuir a
dependência econômica do país.
·
Outra
importante medida trazida com a administração de Pombal foi a expulsão dos
jesuítas do Brasil. Essa medida foi tomada com o objetivo de dar fim às
contendas envolvendo os colonos e os jesuítas. O conflito se desenvolveu em
torno da questão da exploração da mão-de-obra indígena. A falta de escravos
negros fazia com que muitos colonos quisessem apresar e escravizar as
populações indígenas. Os jesuítas se opunham a tal prática, muitas vezes
apoiando os índios contra os colonos.
·
Vendo os
prejuízos trazidos com essa situação, Pombal expulsou os jesuítas e instituiu o
fim da escravidão indígena. As terras que foram tomadas dos integrantes da
Ordem de Jesus foram utilizadas como zonas de exploração econômica através da
venda em leilão ou da doação das mesmas para outros colonos. Com relação aos
índios, Pombal pretendia utilizá-los como força de trabalho na colonização de
outras terras do território.
·
Mesmo
pretendendo trazer diversas melhorias para a Coroa, Pombal não conseguiu
manter-se no cargo após a morte de Dom José I, em 1777. Seus opositores o
acusaram de autoritarismo e de trair os interesses do governo português. Com a
saída de Pombal do governo, as transformações sugeridas pelo ministro
esclarecido encerraram um período de mudanças que poderiam amenizar o atraso
econômico dos portugueses.
Inconfidência Mineira:
·
A Inconfidência
Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma tentativa de revolta abortada pelo
governo em 1789, em pleno ciclo do ouro, na então capitania de Minas Gerais, no
Brasil, contra, entre outros motivos, a execução da derrama e o domínio
português.
·
Foi um
dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil. Significou a
luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão do governo português
no período colonial.
·
No final
do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de Portugal e sofria com os abusos
políticos e com a cobrança de altas taxas e impostos. Além disso, a metrópole
havia decretado uma série de leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial
e comercial do Brasil. No ano de 1785, por exemplo, Portugal decretou uma lei
que proibia o funcionamento de indústrias fabris em território brasileiro.
- Neste período, era grande a extração de ouro, principalmente na região de Minas Gerais. Os brasileiros que encontravam ouro deviam pagar o quinto, ou seja, vinte por cento de todo ouro encontrado acabava nos cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” (sem ter pagado o imposto”) sofria duras penas, podendo até ser degredado (enviado a força para o território africano).
·
Com a
grande exploração, o ouro começou a diminuir nas minas. Mesmo assim as
autoridades portuguesas não diminuíam as cobranças. Nesta época, Portugal criou
a Derrama. Esta funcionava da seguinte forma: cada região de exploração de ouro
deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 quilos) por ano para a metrópole.
Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa
entravam nas casas das famílias para retirarem os pertences até completar o
valor devido.
·
Todas
estas atitudes foram provocando uma insatisfação muito grande no povo e,
principalmente, nos fazendeiros rurais e donos de minas que queriam pagar menos
impostos e ter mais participação na vida política do país. Alguns membros da
elite brasileira (intelectuais, fazendeiros, militares e donos de minas),
influenciados pela idéias de liberdade que vinham do iluminismo europeu,
começaram a se reunir para buscar uma solução definitiva para o problema: a
conquista da independência do Brasil.
·
Em Minas
Gerais, o movimento teve entre seus principais representantes o alferes e
dentista Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes, além dos
poetas Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa. O grupo queria libertar
o Brasil de Portugal e instaurar uma república independente.
·
Os
inconfidentes, que pretendiam dar início à revolução no dia em que o governador
da capitania de Minas Gerais fosse começar a cobrar a derrama, acreditavam
poder contar com a ajuda da população.
·
Entretanto,
foram traídos por um deles, Joaquim Silvério dos Reis, que os denunciou em
troca do perdão da própria dívida com a Coroa. Os líderes da rebelião foram
detidos, enviados ao Rio de Janeiro e condenados à morte. Contudo, por decreto
da rainha dona Maria I, de Portugal, a sentença de morte de doze inconfidentes
foi substituída pelo exílio nas colônias portuguesas da África e conventos em
Portugal. A única sentença de morte mantida foi a de Tiradentes.
·
Tiradentes
foi enforcado em 21 de abril de 1792. Seu corpo foi esquartejado e partes dele
foram expostas em lugares públicos, para servir de exemplo. Sua casa foi
queimada e o terreno foi salgado para que nada mais nascesse ali. Além disso,
seus bens foram confiscados.
·
Tiradentes
é hoje considerado um mártir e um dos maiores símbolos brasileiros da luta pela
independência e pelo estabelecimento de uma república no país. Por esse motivo,
o dia 21 de abril é feriado nacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário